04 outubro, 2013

Além do Infinito

Prisioneiro, acorrentado, amordaçado, vedado e imobilizado. Nem por isto, sou menos do que o Ente mais feliz de todo Mundo.

De cima vem uma força, como uma mãe emana o amor a seu filho, sem perturbar os que executam o ofício da dor, preenche todo meu ser com sua natureza, abrindo meus olhos e arrebatando meu espírito com seu inefável ser.

Abandono os invólucros da manifestação humana e me visto com as vestes de um deus. Então vejo o Infinito além das esferas, fora do tempo e de tudo que há, onde só existe Ela. E se mergulho no abismo lá também me encontro com Ela a salvo, adentro os lugares que nenhum outro ser jamais ousou ir, e  percorro as escadarias deste Mundo amarrado pelo fio de seu Amor.

Se por ventura meus olhos fecham, caio em dor e solidão, sou novamente prisioneiro, não vejo nada além de ilusão.